E é semana de Copa. Até sexta-feira, 11, muita coisa vai ser dita, muitas reportagens mostrarão a África, seu povo, tribos, costumes e cultura. Muito vai se discutir sobre a Seleção Brasileira, sobre as outras seleções, os cortes, as recuperações, se o Drogba terá ou não condições de enfrentar o Brasil, a chatice do Dunga, as loucuras ditas por Maradona, enfim, será uma semana quente. A imprensa vai procurar cabelo em ovo e vai achar cearense perdido na África, enquanto a bola não rolar. A própria bola ainda vai ser tema de algumas matérias. Mas ela há de rolar. E quando rolar, será histórico.
A Copa será na África, berço da humanidade. Será na África do Sul, país de contrastes e cicatrizes históricas. Não teremos a organização alemã de 2006. E isso eu não quero mesmo. Ou alguém achou graça na Copa de 2006? Não a graça de outras Copas, com grandes jogos, grandes times, grandes craques brilhando. E não digo isso pelo fato do Brasil ter perdido não, longe disso. A graça a que me refiro é o drible que Roger Milla deu no Higuita em 90, é lembrar de Hagi em 94, torcer por Amokachi e Amunike e se emocionar com a comemoração do Yekini. Graça é ter achado graça da cara do Maradona quando fez seu último gol em copas, com seus olhos loucos encarando a televisão. É lembrar de Omam-Biyik botando a bola entre as pernas do Pumpido. Graça de um Beckham sendo expulso de campo, do Laudrup deitando no gramado. Graça do contra ataque mortal de Senegal. Copa do mundo tem que ter graça, e essa, acredito muito, terá.
E se você não lembra ou não conhece metade dos nomes que eu citei acima, entenda, eles fizeram história, constroem uma Copa, alegram ela. Pra clarear, citei jogadores e fatos acontecidos de 90 pra cá, em 86 ainda era muito menino para entender o que era esse torneio, só descobri que penalti era uma coisa muito ruim.
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