sábado, 3 de julho de 2010

Quartas de Final - Dia 2

Era uma vez uma seleção que foi a três finais de copa seguidas e todo mundo passou a copiar o seu estilo. Nessa equipe, o craque era um líbero, o forte era a zaga e matava os jogos com contra-ataques usando velocidade de um meia e de um atacante. Das três finais, perdeu a 1ª, perdeu a 2ª e ganhou a 3ª. E aí o time, envelhecido, precisou renovar, mas não conseguiu. Quando isso aconteceu as outras seleções já estavam copiando seu estilo. Até líbero todo mundo queria usar. E assim aconteceu por um tempo, com todos os times, incluindo aqui o Brasil, que conseguiu um título com esse estilo. Acontece que o mundo foi rodando, rodando e eis que, quando todo mundo procurava jogar de um jeito mais pragmático, esse time aparece sem líbero, com toques leves e rápidos no meio de campo, levando a bola da defesa ao ataque sem chutão, apenas com deslocamento e toque de bola. E todo mundo se espanta, incluindo o Brasil, que sempre fez assim, mas que agora prima por não ter o toque de bola no meio, contando apenas com contra-ataque. Esse time é a Alemanha de 2010. A Alemanha foi vice em 82 e 86 e levou 90 com o magnífico Lotthar Matthäus, o líbero-craque que deu as caras em 82 e foi coroado em 90, no seu auge. Mas a seleção do Matthäus era pragmática. Todo mundo pensou: pra ganhar, pra chegar na final, tem que ser pragmático. Brasil fez isso em 94, Itália fez assim em 2006, França fez assim em 98. Mas hoje, diferente de todas as outras seleções, ela não é mais pragmática. Ela é um time que se movimenta, que roda, que toca a bola e que se renovou. Seu técnico não "dungou", pois soube perceber o surgimento dos novos talentos e os levou todos para a Copa. Thomas Müller e Ozil têm, ambos, 21 anos. Isso, a mesma idade do Paulo Henrique, aquele que conhecemos como Ganso. A Alemanha pode morrer na semifinal, mas o seu futebol deve, e vai, mudar o modo de jogar de muita gente daqui pra frente. Pela juventude dessa geração, certamente é uma fortíssima candidata ao título, se não nessa, no Brasil em 2014! A Argentina que o diga.
 Ai, como dói...

A Espanha cadencia o jogo desde a hora que o juiz dá o apito inicial. Toca ali, toca aqui, toca acolá, de pé em pé, mas que pouco espeta o adversário. Vai fazendo aos poucos. E como a espada de um toureiro, acaba com seu adversário num golpe mortal. Não tem jogado um futebol brilhante, um futebol que se esperava brilhante. Mas chegou. Teve dificuldades contra o Paraguai, mais até que contra Portugal, mas sempre dominou o jogo, e tem um toureiro em fase magistral: David Villa. Tá jogando muito esse espanhol. E o jogo, que é aquilo minha gente. 2 penaltis em 2 minutos, aliás, 3. Muito bom! Por isso que digo: Copa é foda!

Ai, como dói (2)...

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